Este é outro daqueles livros que mudam a sua vida logo na primeira leitura. O poder do agora – Um guia para a ilumina espiritual (Editora Sextante), presente por muito tempo no topo da lista dos mais vendidos do The New York Times, foi escrito pelo alemão Eckhart Tolle, que compartilha diversas experiências e ensinamentos em busca do que há de mais verdadeiro dentro de si, principalmente na superação de conflitos pessoais.
O livro traz diversos insights e questionamento e convida o leitor para se aprofundar em filosofias de todos os tipos, desde as orientais, como o zen budismo e a medicina tradicional chinesa, até reflexões mais modernas – todas com um objetivo bem claro: a iluminação e o desenvolvimento pessoal.
Selecionamos 10 lições, das milhares trazidas pela obra, para que você se sinta instigado com esta leitura e para derrubar algumas crenças limitantes que possam estar colocando em xeque os seus sonhos e metas. Confira!
Em um mundo acelerado e tumultuado por possíveis verdades e incertezas, por uma infinidade de gurus e “especialistas” vendendo facilmente ideias e metodologias nem sempre testadas em suas próprias vidas sobre como desenvolver pessoas, atingir uma suposta iluminação e ter uma vida mais satisfatória. Contudo, ninguém pode lhe dar a sua verdade – ela está dentro de você. Muitas vezes requer uma verdadeira jornada para identificá-la e trazê-la à tona.
A mente e o ego podem fazer muito “barulho”, mas nem por isso você deixa de ter as respostas no seu interior. Cada ser humano é único e possui uma verdade única, muitas vezes abafada pelas ilusões da mente, trazendo inconsciência, frustração e um verdadeiro apagão pessoal. O autor ainda afirma que podemos romper com os padrões de consciência coletiva herdados pelos nossos antepassados, que ele considera como responsáveis pela escravidão da humanidade por séculos.
A mente tem mais relação com o mundo externo e com as suas ilusões do que com a sua verdade interna. A mente dialoga com o externo através de falsas verdades ou verdades imparciais, como a idealização, aprovação, pequenos prazeres insólitos, etc. As verdades da mente são aparentes e não duradoras. E quando você se identifica com a mente – com o sofrimento, com o ego, com as alegrias passageiras, com o desejo e com todo este ruído mental, você se afasta da sua própria realidade.
A boa notícia é que podemos silenciar a mente e nos libertar dela a qualquer momento. Quando, por exemplo, uma pessoa passa a meditar, ela se torna uma observadora – observa seus pensamentos e tem a consciência de que são apenas pensamentos. Ter a consciência é o primeiro passo. É entender que até 90% dos nossos pensamentos são inúteis e que estes, assim como as crenças, emoções e hábitos, podem ser substituídos progressivamente. A consciência é também um caminho para superar a dor.
Esta afirmação é muito recorrente no budismo e nas filosofias orientais. A dor não faz parte da sua verdade interior. A dor é proveniente do contraste com o externo, e por isso mesmo, não é real ou não precisa ser real. Se você parar para pensar, grande parte dos eventos com dor e sofrimento que passou na vida eram desnecessários.
“Faça do agora o principal foco de sua vida.”
O sofrimento que você possa sentir agora é um sintoma da não aceitação da sua verdade. Muitas vezes vivemos, por meio do sofrimento, em lembranças do passado e visões de um futuro que ainda nem existe, e nos esquecemos que apenas o agora importa. Pare de sofrer e foque no agora. Não condene o seu futuro ou o seu passado com pensamentos que nada agregam no seu desenvolvimento pessoal. Supere-os, aceite o presente, abrace suas falhas e siga em frente.
E isso não é de maneira alguma uma atitude conformista. Você só tem condições de criar a sua realidade quando entender que as coisas são como são e aceitar isso terminantemente. Se as coisas são de uma forma, elas também podem ser diferentes. Não que elas deveriam ter sido diferentes (isso é idealização), quer dizer que elas podem ser diferentes.
Há momentos desagradáveis, insatisfatórios e difíceis. Mas mudar a sua realidade, aceite estes momentos tal como são. Isso dará a você uma liberdade interior sem igual. Isso é tirar do presente o medo. Trabalhe com as dificuldades e não contra elas.
Você já viveu alguma vez em outro momento que não seja o agora? Não, pois tudo acontece no agora. O futuro não se cria no futuro e nem o passado se cria no passado. Tudo ocorre com você agora. Eis aí uma afirmação essencial para o caminho da iluminação espiritual. A essência do presente é emprestada para o passado e para o futuro – são só reflexos do presente, mas fora do presente nada existe.
O primeiro passo já falamos antes: conscientização. O segundo passo é a percepção de que não a outros tempos (passado e futuro) que não o agora. Você tem todas as condições para romper com os velhos padrões, com a ansiedade e com as resistências, afastando-se desta divisão temporal.
O poder do agora nada mais é do que o “poder da sua presença, da sua consciência libertada das suas formas de pensamento”.
Quando você está no agora aprende melhor sobre as suas reações. Por exemplo, quando julga alguém, o faz considerando as referências que teve anteriormente, sem considerar que a pessoa quem realmente é – isso é um mecanismo da mente que apenas conhece rótulos, julgamentos e parcialidades sobre o outro. No presente você pode se atentar às suas emoções e pensamentos, a não levar nada para o lado pessoal e você se torna um observador silencioso. Neste sentido, fica mais perto da sua verdade pessoal. E é claro que a mente tentará se livrar do agora.
Relacionamentos iluminados, corpos iluminados, existência iluminada. Iluminação significa libertar da ilusão e manter-se conectado com a sua essência. Não se podemos nos iluminar parcialmente, já que não somos parciais.
Isso porque somos criados em uma cultura em que a resistência e o egoísmo impera e são naturais. A entrega é o oposto da resistência. Só se pode vivenciar a entrega com consciência ao agora, com a admissão da resistência e com a intenção de “estar lá” – isso conquistamos observando a forma como a mente rotula as situações – você verá que a resistência não tem nenhum propósito e não contribui para o seu desenvolvimento pessoal.
Toda situação-limite – uma separação, uma doença, uma tragédia – ocorre porque requer uma entrega. A entrega não ocorre apenas através do sentimento, longe disso. Mas estas situações fazem parte da vida e tudo o que conta é a forma como você encara as situações. A situação-limite despedaça a vida de uma pessoa de alguma forma. A mente entra em colapso.
“Não é a situação-limite que dá espaço ao milagre da graça ou da redenção, mas sim o ato de entrega.”
É por isso que em toda situação como esta há oportunidades para a mudança e para a iluminação. A resistência pode tornar as coisas ainda pior, mas a entrega dá espaço a uma revolução pessoal.
Ter paz não é passar por cima dos seus pensamentos, crenças, emoções e sentimentos. É ter a consciência de tudo isso o que existe em nós e no mundo e ter a capacidade de se entregar. Aceite a sua realidade para depois transformá-la. Tenha a consciência das coisas e de si e observe como reage a tudo. Aceite o que está fora e aceite o que está dentro de você. Quando você entrega-se ao sofrimento e aceita que ele existe, terá condições de transformá-lo em paz.
Veja também: Relações humanas e competências interpessoais – Como aprimorá-las?
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