A resistência reside na falta de aceitação. Muitas religiões, métodos de desenvolvimento pessoal e até mesmo espiritual, filosofias e várias outras instâncias às quais estamos envolvidos nos falam do poder da aceitação e transposição das resistências. Aceitar nem sempre é coisa fácil. Muitas vezes nos deparamos com situações em que nada podemos fazer e resistimos, pois não aceitamos o que não podemos mudar.
É do ser humano buscar formas de seguir em frente e tentar resolver todo tipo de demanda, e isso é saudável. No entanto, como diz o ditado, o que não tem remédio, remediado está. Se não tem como resolver, é importante aceitar. E mais: aceitar até mesmo o que podemos resolver.
Quantas vezes, olhando para trás, você poderia ter aceitado uma situação e partido para uma nova fase da vida, se não tivesse resistido tanto? Toda resistência é apego a algo, é uma amarra que o nosso ego cria com o mundo exterior. Já a aceitação é deixar o fluxo da vida correr, sem resistir ou se apegar, já que tudo o que acontece, visto de uma perspectiva positiva, é para o bem, para o desenvolvimento. Seja o que for.
Não é fácil aceitar uma doença, uma pessoa que se foi para sempre, uma perda financeira, um relacionamento que se encerra, as limitações do corpo e outras demandas da vida diária. Quem nunca sentiu raiva, desespero, desvaloração, sentimento de incapacidade, inconformidade ou mágoa diante destas ou outras situações? Estes são sintomas de resistência, ou seja, de não aceitar.
No entanto, quando aceitamos, por exemplo, que um relacionamento chegou ao fim e que houve perdas, ou que há uma doença em nosso corpo, um mundo de possibilidades se abre: só podemos solucionar o que podemos aceitar. Se não aceitamos a situação, é como represar um rio impunemente, que vai verter água para os lados e causar problemas.
A aceitação cura, revigora, acalma e leva a diante. Se a sua caminhada está cheia de obstáculos neste momento, aceite e continue caminhando, pois isso desencadeará a transformação em sua vida.
Em outra concepção da aceitação, podemos dizer que aceitar é o mesmo que resignar. É permitir-se experimentar uma situação ou vivência sem a intenção de transformá-la. Por mais que possamos muitas vezes contribuir com a mudança e desencadear verdadeiras revoluções internas e externas, há também experiências de contemplação e resignação diante de fatos impossíveis de mudar.
É importante diferenciar aceitação de comodismo. Há na vida situações e situações. A aceitação genuína tem o poder de ensinar, de buscar soluções além do conflito, de fazer compreender. Ela tem poder quando há conscientização da situação e de seus desdobramentos. Quando o processo de conscientização não ocorre, a aceitação não passará de conformismo. Aceitar não é conformar-se. Aceitar é absorver, acolher, compreender e soltar.
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Além da aceitação, há outras palavrinhas mágicas que tornam a vida mais leve e digna – estes passos já foram mencionados pelo Prof. Hermógenes, um dos especialistas em yoga no Brasil e por outros mestres ao redor do mundo. Entregue aquilo que não cabe a você fazer – entregue à inteligência da vida o que lhe foge à capacidade de resolução. Confie que tudo é impermanente e tudo muda. Aceite o que está por vir – afinal, somos 100% responsáveis por nossas ações. E agradeça desde já por todos os resultados que chegarem em sua vida.
Outra forma de lidar com as situações que devemos ou não aceitar está em não criar expectativas. Somos responsáveis por nossas reações antes mesmo de elas serem necessárias ou acontecerem. É muito comum criarmos expectativas sobre situações e pessoas, mas elas nos fogem ao controle. Afinal, as expectativas são nossas e somos 100% responsáveis pela frustração quando elas não se realizam.
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O processo de Coaching é um microcosmo dos processos da vida. Logo, é importante ter capacidade de aceitação ao se deparar com limitações e demandas que não podem ser vencidas – pelo menos não da forma como você pode vir a supor. Quando as dificuldades aparecem em sua jornada ou se há muitos caminhos bloqueados até a resolução de suas metas, revisite o seu sentimento de resistência – o que está resistindo? Por que você está resistindo? Pelo que está resistindo? Enfrente a situação com conscientização e aceitação.
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