Ao viver em sociedade, diariamente precisamos lidar com pessoas em diferentes situações e conviver com suas diferentes formas de pensar e agir, concordando ou discordando delas, além de gerenciar a nós mesmos e às nossas cobranças internas e externas. E independente das decisões que você tomar ao longo do dia, o mais importante é como você lida com tudo isso, como se comporta e se sente diante dos conflitos e como estas ações o afetam.
Todo ser humano é capaz de se desenvolver e se tornar uma pessoa melhor. Assim como o corpo precisa de exercícios para se fortalecer, treinar o cérebro para comportar-se e agir de maneira emocionalmente inteligente, pode fazer toda a diferença em como você lida com as situações mais adversas, como pressão no trabalho, relacionamento familiar e até mesmo em relação às cobranças que faz a si mesmo.
A Inteligência Emocional é justamente essa capacidade de compreender e gerenciar os próprios sentimentos, assim como o sentimento dos outros. Ao desenvolver a inteligência emocional, você proporciona benefícios para diferentes áreas da sua vida. Para descobrir como transformá-la em um hábito, é preciso tomar consciência de si e estar disposto a aprender a lidar com as adversidades da melhor maneira possível.
Considerado o pai da Inteligência Emocional, Daniel Goleman explica que essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida. Quando bem trabalhada, favorece o bom relacionamento entre as pessoas, permitindo maior entendimento nas relações pessoais e de trabalho. E, por influenciar de forma positiva a saúde física e mental, a Inteligência Emocional também ajuda na prevenção de transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão.
No livro Inteligência Emocional, Goleman ressalta que saber controlar as emoções é essencial para o desenvolvimento da inteligência de um indivíduo. E que, ao contrário do QI, a inteligência emocional é altamente flexível. À medida que você treina seu cérebro com novos comportamentos emocionalmente inteligentes, ele os absorve e os transforma em hábitos.
Para Goleman, não existe correlação entre a Inteligência Emocional e o QI, pois eles são controlados por diferentes partes do cérebro. Enquanto o QI não é capaz de mudar significativamente ao longo da vida, a Inteligência Emocional pode evoluir e aumentar, e alguns hábitos podem ajudar a desenvolver esse tipo de inteligência.
Ficou curioso e gostaria de tentar aplicar a inteligência emocional em sua vida? Confira a seguir algumas dicas que podem auxiliar neste desenvolvimento
Agir sem pensar é um dos principais pontos da Inteligência Emocional: a capacidade de gerir suas emoções e dominar seus impulsos antes de tomar decisões ou dizer alguma coisa. Para isso, a dica é focar em manter a calma e recorrer à razão ao invés do instinto de reação.
Segundo Goleman, o cérebro emocional responde aos acontecimentos de forma mais rápida do que o cérebro pensante. Ao reagir, você está ativando um processo inconsciente, que o leva a expressar sua emoção de maneira instantânea. Já ao responder, você age de forma consciente e percebe como você se sente, para então decidir como irá se comportar. Procure não se deixar reagir, com impulsividade e imediatismo.
A Inteligência Emocional é um processo gradual de autoconhecimento. Pode ser lento e variar de pessoa para pessoa.
Outro ponto importante é controlar suas emoções negativas. Evite conclusões negativas de forma imediata e lembre que sempre há outras soluções para cada situação.
Preste atenção ao seu comportamento. Como você age quando está sentindo certas emoções e como isso afeta sua vida?
Ao nos tornamos mais conscientes disso, fica mais fácil identificar nosso comportamento para auxiliar na mudança de atitudes, quando elas são negativas. Ouvir o lado físico do seu corpo também é importante, como calafrios, por exemplo, que podem sinalizar que você precisa prestar mais atenção ao momento.
Passar por momentos de estresse ou de ansiedade pode ser inevitável. Porém, saber lidar com estas situações para manter o equilíbrio de sua saúde mental e emocional pode fazer toda diferença em como você se sente em relação à cada situação.
Em momentos de tensão, procurar manter a calma e realizar simples exercícios de respiração, meditação, ou ainda lavar o rosto com água fria, tomar um ar fresco, mudar de ambiente até se sentir melhor, podem melhorar bastante a maneira como nos sentimos.
Ao se colocar no lugar do outro, buscar entender o próximo e como essa pessoa se sente ou por quê se comporta de determinada forma, nos ajuda a sermos mais tolerantes e compreensivos. Para que isso ocorra, a empatia deve começar por você. Observe seus sentimentos e comportamentos e se pergunte “Por que eu estou me sentindo assim ou fazendo isso?”.
Ao criar um ambiente positivo, você contribui para a melhora da sua qualidade de vida. Isso também reflete na relação com as pessoas do seu convívio. Além da promover a capacidade de olhar para si, a Inteligência Emocional também envolve a realidade ao seu redor. Então observe o que está indo bem, por quais motivos e onde você se sente bem e agradecido em sua vida.
Ser resiliente é saber administrar seus sentimentos mesmo quando você não está no controle das situações. A resiliência vai além de enfrentar os problemas, é a capacidade de aprender e crescer emocionalmente com eles. Utilize os aprendizados para o seu desenvolvimento.
Descobrir seus limites faz parte do autoconhecimento. Esses limites podem incluir o exercício do direito de discordar, de dizer “não” sem se sentir culpado, de estabelecer nossas próprias prioridades e nos proteger da coação. Quantas vezes você concordou em fazer algo mesmo sabendo que não podia ou não queria? Lembre-se que conhecer seus limites significa respeitar a si mesmo.
É fundamental para que haja equilíbrio, que você consiga expor o que você sente e expresse sua opinião, o que é bem diferente de deixar que as emoções o dominem. A melhor forma de evitar um conflito é o diálogo, o momento de esclarecer diferentes pontos de vista, debater e resolver situações sem mal-entendidos.