Quando o objetivo é otimizar a gestão de pessoas e melhorar os resultados da empresa, todo conhecimento é bem-vindo. Se você ainda não ouviu falar na utilização da neurociência, estudo científico das diferentes áreas do sistema nervoso, para o aperfeiçoamento profissional de líderes e gestores, é importante se inteirar sobre este tema, que vem ganhando destaque entre diversos profissionais do mercado. Isso porque, essa técnica visa, principalmente, aprimorar o trabalho de quem toma decisões importantes e facilita o desenvolvimento de equipes. Confira a seguir mais sobre o assunto e como essa nova forma de liderar pode transformar o dia a dia em uma empresa.
O termo foi criado pelo australiano David Rock, mentor responsável pelo desenvolvimento da metodologia Neurocoaching e pela fundação do NeuroLeadership Institute. A neuroliderança consiste em um campo de pesquisas e de estudos que utiliza os princípios do funcionamento do cérebro humano em conjunto com as principais práticas de gestão — focadas em recursos humanos, educação, formação, desenvolvimento de competências, entre outras ações.
O objetivo dessa ciência voltada aos processos de liderança é aproveitar o conhecimento científico relacionado à mente para melhorar as funções típicas dos gestores. Com base nos aprendizados relacionados à neuroliderança, é possível obter novos olhares sobre as relações entre colaboradores, buscar formas mais eficientes de resolver problemas e pensar em estratégias que levem ao crescimento.
Leia também: Liderança – Como aprender a liderar em 10 passos
As técnicas e ferramentas neurocientíficas auxiliam o líder a superar desafios e a enfrentar suas principais dores: medo de falhar, aversão a mudanças, receio em relação a novos métodos, entre outras crenças limitantes. Dessa forma é possível aproximar pessoas no ambiente de trabalho, melhorar a comunicação entre equipes e facilitar a tomada de decisões. O resultado é visível com a melhora do desempenho e com o aumento da produtividade, o que impacta nas conquistas da organização.
A neurociência aplicada à gestão, através do “Ciclo da Excelência”, pode ajudar os gestores a obterem o melhor de seus colaboradores, identificando e valorizando o potencial de cada integrante da equipe.
A neurociência fornece insights valiosos a respeito de motivação, confiança e inspiração. Tendo essas informações como base, o líder consegue se manter otimista e antecipar o sucesso com atitudes positivas. Ao mudar seu modo de agir diante das dificuldades, o gestor contribui para equipes mais alinhadas, reuniões mais produtivas, melhora da cultura organizacional, maior colaboração e aumento da satisfação, ou seja, é positivo para todos.
Em um ambiente de elevada competição e stress, o trabalho dos gestores tem se tornado ainda mais difícil e desafiador. Estudos apontam que uma estratégia eficiente para os gestores colocarem em prática para incentivar suas equipes e alcançar máxima performance, pode estar na prática da neuroliderança. A neurociência aplicada à gestão, através do “Ciclo da Excelência”, pode ajudar os gestores a obterem o melhor de seus colaboradores, identificando e valorizando o potencial de cada integrante da equipe.
O “Ciclo da Excelência” envolve cinco passos que os gestores podem aplicar com todos colaboradores, de diferentes níveis e funções, porém de forma individualizada, contribuindo para que se conectem de forma mais positiva e útil. Confira a seguir, resumidamente, como realizar este processo:
Aqui, é importante estar atento a três áreas: o que as pessoas gostam de fazer, o que elas fazem melhor e quais tarefas ou funções trazem mais benefícios para sua organização. Quando alguém está na função errada, mesmo que seja dedicado, seu sucesso fica limitado. Então, enquanto gestor, contribua para que seus colaboradores encontrem sua paixão profissional.
Isso porque, ao observar as pessoas que “não se ajustam” aos cargos, se alguém se queixa muito, se costuma estar desanimado ou não parece totalmente engajado, o gerente poderá reconhecer esses comportamentos como sinais de alerta. Trabalhadores que são desafiados, mas não possuem as habilidades adequadas tendem a ficar ansiosos. Pessoas com grandes habilidades, mas sem desafios relaxam e não se envolvem. O “fluxo” acontece quando uma pessoa com habilidades bem desenvolvidas é absorvida em um trabalho desafiador.
Leia também: 20 maneiras de capacitar o capital humano da sua empresa
Quando os colaboradores sentem que seu esforço não importa e que ninguém se preocupa com isso, naturalmente se tornam pouco engajados. Cabe a um bom gestor reverter esse distanciamento, conectando essas pessoas com as ideias e estímulos, que eliminem esses obstáculos. Esse senso de conexão conduz à excelência e ajuda as pessoas a produzirem melhor.
Procure tornar o local de trabalho mais conectado, conversando com as pessoas, mostrando interesse verdadeiro e partilhando experiências. Reserve um tempo para que possam conhecer mais uns aos outros e preste atenção no que seus funcionários estão fazendo. Organize reuniões e ofereça refeições leves para que as pessoas relaxem e socializem. Para diminuir o estresse, incentive intervalos e procure tornar o ambiente de trabalho mais acolhedor.
Todas as ações criativas têm um elemento lúdico, que ajuda a conectar as pessoas e reduz o estresse. Anime o seu local de trabalho com dias especiais, como por exemplo, com um dia de vestir determinada cor ou acessório. Proporcione um ambiente acolhedor, com elementos para liberar a criatividade, como quadros brancos, marcadores e mesas para conversas em grupos. Permita a flexibilidade e incentive a criatividade através de um passeio ou brincadeiras.
Ao brincar, o cérebro segrega maior quantidade de BDNF (fator neurotrópico derivado do cérebro), uma proteína que promove o crescimento do nervo cerebral. Atividades lúdicas ativam a amígdala cerebral, que ajuda a controlar as emoções e impele a atividade do córtex pré-frontal, o centro das “funções executivas”, responsável por planejar, priorizar e controlar outras habilidades que também são fundamentais no negócio.
Cabe aos gestores criarem condições para que as pessoas queiram trabalhar mais e melhor, progredindo em tarefas importantes e desafiadoras. Como vimos, as pessoas querem progredir e crescer através do trabalho, mas primeiro têm de estar no lugar certo, conectadas e envolvidas com atitude criativa. Ajude-as a lidar com seus principais desafios e encontrar soluções.
Para darem o melhor de si, as pessoas precisam da dosagem certa no desafio (o estresse bom), diferentemente de um estresse gerado por medo e ansiedade. Cabe ao gestor desenvolver o estresse bom e eliminar o estresse ruim, eliminando o medo do ambiente de trabalho. Esta ajuda para que as pessoas se conectem e desenvolvam ambientes e rotinas de trabalho produtivas deve ser individualizada e amigável.
Reconheça esforços. Este reconhecimento pode ser de várias formas, seja com uma palavra informal de agradecimento ou um bônus ou celebração. O reconhecimento também tem seus desafios, como equilibrar o elogio e como lidar com os bajuladores.
Então, simplesmente foque nos elogios ao invés de dar destaque aos erros ou equívocos. Então passe à observação: sem alarde, preste atenção no que os colaboradores fazem bem feito e reconheça verbalmente. Isto constrói conexões, fidelidade e ética. Estudos afirmam que um em cada seis trabalhadores se sente “não reconhecido, incompreendido, desvalorizado e geralmente desconectado”. Aproveite para recompensar os méritos, com um programa de reconhecimento sistemático que pode contribuir para integrar toda equipe.
Leia também: Treinamentos corporativos – Como investir em diferenciais
Se você se interessou pela neuroliderança, ao desenvolver esses cinco passos, já estará contribuindo para melhorar a produtividade da sua equipe e incentivar cada integrante a se sentir valorizado no ambiente de trabalho.
Fontes: